Mais de 20 cidades de MT são alvos de disputa por território entre facções criminosas

Aripuanã e Alto Paraguai (957 km e 199 km de Cuiabá), municípios mato-grossenses, estão entre as cinco das cem cidades mais violentas

Aripuanã e Alto Paraguai (957km e 199km de Cuiabá, respectivamente), municípios mato-grossenses, estão entre as 5 das 100 cidades mais violentas do país, devido à disputa por territórios entre facções criminosas. Mais de 20 municípios de MT integram o ranking da área que tem sido dominada pelo crime organizado.

Os dados, divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, são do estudo “Cartografias da Violência na Amazônia”, que analisou os dados de violência nos estados que fazem parte da Amazônia Legal.

O estudo aponta que Mato Grosso é um estado estratégico para o crime organizado, por estar em uma região de fronteira, tornando-se uma zona de entrada da droga no Brasil. Pelo menos três facções criminosas atuam no Estado, mas atualmente há um predomínio do Comando Vermelho (CV).

Conforme o levantamento, o CV atua principalmente na zona transfronteiriça com a Bolívia, que contém mais de 730km de extensão. Na extensão de domínio da facção está o município de Cáceres, ponto de referência na atuação do tráfico.

“As facções vêem no controle da fronteira a alternativa da entrada da droga na região, a partir das inúmeras estradas vicinais. Além de Cuiabá e municípios vizinhos, os municípios ao longo da rota rodoviária são estratégicos para escoar a droga para as demais regiões brasileiras”, destaca o estudo.

Mais de 20 município de Mato Grosso integram a ranking de cidades mais violentas da Amazônia Legal devido à presença do crime organizado. Aripuanã e Alto Paraguai entre as cinco mais perigosas, com a taxa média de 121,8 e 110 mortes a cada 100 mil habitantes, respectivamente.

Confira o ranking das cidades de MT

 

Município Município Município
Aripuanã Santa Cruz do Xingu Peixoto de Azevedo
Alto Paraguai Nova Monte Verde Araguaiana
São José do Rio Claro União do Sul Brasnorte
Nova Maringá Bom Jesus do Araguaia Nova Lacerda
Colniza Arenápolis Tabaporã
Reserva do Cabaçal Cocalinho
Canabrava do Norte Nobres
Porto Esperidião Glória D’Oeste
Nova Bandeirantes Diamantino
Santo Afonso Nova Santa Helena

 

Com base nos dados levantados pelo Instituto Mães Crioula (IMC), o estudo aponta uma atuação dinâmica das facções em região de fronteiras. Em MT, o crime organizado opera principalmente o tráfico de drogas e contrabando de madeira, seguido de migração internacional de maneira ilegal e tráfico de armas.

Das 11 regiões apontadas pelo IMC, apenas quatro são controladas por uma facção específica, sendo que dessas três (Cáceres, Cuiabá e Porto Esperidião) são dominadas pelo CV e apenas uma (Mirassol D’Oeste) pelo Primeiro Comando da Capital (PCC).

As outras seis regiões – Alta Floresta, Rondonópolis, Rosário Oeste, São José do Rio Claro, Sorriso, Tangará da Serra e Várzea Grande – são disputadas pelo CV e PCC. Apenas no município Sorriso há uma terceira facção, a Tropa Castelar, envolvida na disputa por território.

No entanto, conforme já apontado pelo estudo, as interações criminais são dinâmicas e podem e ser alteradas a qualquer tempo, especialmente devido a s alianças, fissuras, disputas e conflitos entre as facções

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