Da Assessoria
Indispensável para a ampliação do acesso à saúde e para redução das filas para cirurgias, consultas e exames, o uso da tecnologia foi abordado na palestra magna “A Saúde Digital: perspectiva e realidade”, ministrada durante o 1º Encontro de Saúde e Controle Externo, nesta segunda-feira (4). O evento é realizado pela Comissão Permanente de Saúde, Previdência e Assistência Social do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT).
De acordo com o palestrante, secretário de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, Helvécio Miranda de Magalhães Júnior, a transformação digital é uma condição basilar para que o Brasil possa cumprir com o desafio de ter uma atenção especializada.
A partir da inovação, o objetivo é melhorar a qualidade assistencial e garantir mais eficiência na aplicação dos recursos financeiros. “Só tem como fazer isso em um país com essa dimensão e com essa diversidade com uso intensivo de tecnologia digital, porque ela encurta essas distâncias. Nesse sentido, todos têm o que fazer, incluindo os órgãos de controle externo.”
Helvécio explicou que o tema tem sido apresentado como uma estratégia importante em todo o mundo, especialmente considerando o aumento na expectativa de vida da população. “Temos mais doenças crônicas e mais população vulnerável, então, os gastos aumentam mais e é preciso ser cada vez mais intensivo em saúde digital.”
O avanço da digitalização exige investimentos no processo de trabalho, como a implantação de prontuários eletrônicos e sistemas de gestão de serviços de saúde, estruturação de grandes bancos de dados, atenção remota à saúde e inteligência de dados com diferentes tipos de relatórios analíticos.
Crédito: Tony Ribeiro/TCE-MT |
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Professora Renata Ramos Castro. Clique aqui para ampliar. |
Na sequência, a professora Renata Ramos Castro ministrou a palestra “Os tribunais de contas, os gestores municipais e o último ano de mandato”. Mestre e doutora pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), ela reforçou a importância de discutir o assunto neste momento.
“Em um momento tão importante, faz sentido pensar em como a gestão dialóga com o controle. Não à toa, existe uma legislação eleitoral que regula este último ano de gestão, visando evitar o desequilíbrio das contas em final de mandato e o uso indevido da máquina pública”, pontuou.
Na ocasião, a professora destacou que no último ano de mandato o gestor deve deixar como herança realizações, não problemas. Neste contexto, chamou a atenção para a importância do diálogo entre os fiscalizados e os tribunais de contas, que costumam intensificar suas atuações ao longo deste período.
“O que é mais importante nesse período é agir com bom-senso e cautela. O bom-senso para lembrar do sistema e a cautela para não o forçá-lo. Também é preciso garantir a continuidade das políticas públicas pensando em torná-las cada vez mais em políticas de estado e não de governo”, concluiu.
Desenvolvida com apoio do Instituto Rui Barbosa (IRB), a programação do 1º Encontro de Saúde e Controle Externo reúne especialistas com atuação local e nacional no auditório “Lenine de Campos Póvoas”, da Escola Superior de Contas. O evento se estende até esta terça-feira (5).