O delegado Caio Albuquerque, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), afirmou em entrevista coletiva nesta quinta-feira (9), que o “salve” (sessão de tortura) que resultou na morte da motorista Natana da Silva, 30, ocorreu porque ela supostamente estaria “fazendo feio no bairro”. A vítima foi acusada por membros do Comando Vermelho de aplicar golpes e realizar pequenos furtos no bairro Jardim Renascer.
“Segundo informações, a vítima estava, como eles dizem, ‘fazendo feio no bairro’. Supostamente estava furtando, aplicando golpes e com isso condenaram, decretaram a sua morte por esse motivo“, disse o delegado.
Ao menos 5 mandados de prisão foram expedidos. Um deles, inclusive, se trata de um suspeito que já está preso na Penitenciária Central do Estado (PCE). Fora os pequenos furtos, os suspeitos executaram Natana por aplicar “golpe em cima dos golpistas”.
“Ela estava a aplicar golpes nos golpistas. Por exemplo, algum golpe com transferência em dinheiro ia pra conta dela, e em vez de repassar aos demais comparsas, em tese ela ficava com o dinheiro, isso é uma informação um pouco frágil, mas tem isso. E eles não estavam aceitando esse comportamento”, explica.
Em julho de 2020, os executores e mandantes do crime sequestraram a motorista ainda na rua e a levaram para o fundo de uma casa, próxima de um lava jato. No local, aplicaram o chamado “salve”.
De acordo com o laudo da necropsia, Natana morreu em decorrência das 70 descargas elétricas que recebeu. Não há informações sobre qual instrumento eles utilizaram para eletrocutar a vítima.
“É um crime bastante cruel. A vítima foi morta com espancamentos. E não satisfeitos, conforme o laudo de necropsia, ela levou mais de 70 choques elétricos e eis a causa da morte”, detalha.
Os criminosos ainda voltaram no local no dia seguinte e retiraram as câmeras de segurança, no intuito de apagar as imagens do crime.
Os suspeitos foram localizados nos bairros Jardim Renascer, Pedregal e Residencial Wantuil de Freitas.
O caso
Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) deflagrou na manhã desta quinta-feira (9), mais uma fase da Operação Comando da Lei. Dessa vez, os investigadores buscam os autores da tortura que resultou na morte de Natana da Silva, 30, que foi espancada e recebeu ao menos 70 choques no corpo.
De acordo com as informações da Polícia Civil, o crime aconteceu em julho de 2020 no Pedregal, em Cuiabá. Investigação apontou que ela foi alvo de um ‘salve’ ordenado por uma facção criminosa após ter, supostamente, furtado um celular.