À exceção de Cuiabá, nenhuma cidade mato-grossense conta com tantos eleitores quanto os das faixas etárias com voto facultativo, que somam 205.372 votos.
Esse grupo representa 8,31% do eleitorado estadual, com 2.469.414 de votantes nos 141 municípios.
Em Cuiabá, votam 438.763, e no primeiro turno, 69.184 de todos os grupos etários não compareceram à votação.
Os cidadãos com idade na faixa entre 70 e 79 são 53.344 cadastrados no Tribunal Regional Eleitoral; acima de 79 anos, 53.344.
E são 31.358 os menores com 16 e 17 anos que requereram título eleitoral.
Nenhum instituto divulgou pesquisa qualitativa sobre o eleitor que vota facultativamente, e a Justiça Eleitoral não informou sobre a abstenção desse eleitorado no primeiro turno, que, no cômputo geral, em Mato Grosso, foi de 23,38%, com 577.424 deixando de comparecer à votação.
No primeiro turno, com 1.892.180 comparecendo às urnas em Mato Grosso, o presidente Jair Bolsonaro (PL), que tenta a reeleição, foi o mais votado ao cargo, com 1.102.866 votos (59,84%), seguido pelo ex-presidente Lula da Silva (PT), com 34,39% (633.748) e Simone Tebet (MDB) com 3,04%.
O resultado para presidente foi parecido com os de outros pleitos e, desde 1989, que foi a primeira eleição após a redemocratização em 1985, o PT sempre foi batido nas urnas mato-grossenses.
Bolsonaro e Lula disputam o segundo turno.
O presidente acredita que os congressistas de sua base, eleitos, poderão fortalecer seu nome junto ao eleitorado.
Em Mato Grosso, no entanto, aconteceu o inverso: parlamentares venceram o pleito graças ao apoio de Bolsonaro e sua capacidade de transferir votos.
Foi assim com o senador reeleito Wellington Fagundes (PL) e com os deputados federais Abílio Júnior, Coronel Fernanda, José Medeiros e Amália Barros (todos do PL) e o Coronel Assis (União).
O partido de Lula perdeu parte de sua identidade junto ao eleitor, uma vez que não disputou cargos majoritários regionais, tendo optado pelo apoio a outras siglas, e sequer conquistou uma cadeira na Câmara, como tradicionalmente acontece.
Analistas acreditam que a desfiguração do PT não causará debandada de votos para Bolsonaro, pois, independentemente de lideranças regionais, o eleitor petista não abandona Lula.
Quanto a Bolsonaro, a eleição de boa parte de seus parlamentares também não deverá resultar em melhor votação para ele, pois a base da vitória do grupo parlamentar bolsonarista é o chamado eleitor Bolsonaro raiz.
Tanto Bolsonaro quanto Lula deverão ser apoiados pelos mesmos eleitores que estiveram com eles no primeiro turno.
Uma referência para tanto foi o primeiro turno presidencial em 2018, quando Bolsonaro recebeu 65,52% dos votos, e Fernando Haddad (PT), 34,48% – percentuais que praticamente se repetiram nas eleições do dia 2 deste mês de outubro.
Resta saber para qual nome penderá o jovem e o antigo eleitor amparado pelo voto etário facultativo.