O senador Wellington Fagundes (PL) é um dos 13 senadores que buscam a reeleição neste ano e que se beneficiaram com o chamado ‘orçamento secreto’, que destinou mais de R$ 3 bilhões em emendas para aliados do governo Jair Bolsonaro no Congresso em troca de um possível apoio. Só para o orçamento que vem, a verba secreta será de R$ 19 bilhões.
Segundo o levantamento do jornal O Estado de S.Paulo, através das informações prestadas pelo próprio Senado Federal ao Supremo Tribunal Federal (STF), alguns senadores apresentam detalhes dos gastos públicos, e outros apenas confirmam que foram beneficiados com a verba pública.
Wellington Fagundes é um dos que confirmam que se beneficiou do orçamento secreto, porém, não presta informações sobre a destinação dos recursos. Porém, informações reveladas pela imprensa no início deste ano ano, demonstram que Fagundes foi um dos beneficiados da retirada de mais de meio bilhão do orçamento do Ministério da Defesa para beneficiar os aliados do governo Bolsonaro.
Dos R$ 588 milhões que o ministro Braga Netto liberou, Fagundes ficou com R$ 20 milhões, para destinar a vários municípios, como por exemplo, o município de São Felix do Araguaia, que recebeu R$ 400 mil do orçamento secreto para a construção de uma capela mortuária para receber velórios públicos da cidade. Fagundes ainda destinou mais R$ 2 milhões para obras de asfaltamento no município com recursos desviados da Defesa.
Na época, Fagundes disse ao jornal O Globo, que os R$ 20 milhões eram muito pouco. “É um programa dirigido por militares. E eles são extremamente rígidos. Tem que cumprir a exigência da lei. Mato Grosso é um estado em desenvolvimento e é o que mais contribui com as exportações do Brasil. E nós temos necessidades. Temos 720 quilômetros de fronteira seca. E (o valor) ainda é pouco”, disse na época.
O orçamento secreto, oficialmente conhecido como emendas de relator-geral, de sigla ‘RP 9’. Para o TCU, essas emendas seriam incompatíveis com a Constituição. “A distribuição de emendas parlamentares por dezenas de ofícios e planilhas não se demonstra compatível com o arcabouço jurídico-constitucional”, diz relatório da equipe do TCU.