Justiça autoriza membro de facção se mudar para tratamento do filho

A juíza da 7ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça (TJMT), Ana Cristina Silva Mendes, autorizou a mudança de residência de Patrícia Rodrigues Alves, que estaria envolvida com a facção criminosa Comando Vermelho. Ela é natural de Água Boa (737 KM de Cuiabá), e precisa se mudar para a Capital para acompanhar o tratamento do filho, que possui um problema de visão.

Em despacho do último dia 26 de outubro, a juíza revelou que o filho da ré possui estrabismo convergente, com dificuldade de fixação e movimentação dos olhos, necessitando de tratamento

“Não vislumbro razões para indeferir o pleito da defesa, uma vez que o pedido se justifica para possibilitar melhores condições para o filho da ré ser submetido a cuidados especiais e a adequado tratamento de saúde. Além de inexistir informações nos autos que Patrícia está descumprindo a prisão domiciliar. Dessa forma, defiro o requerimento formulado pela Defesa de Patrícia Rodrigues Alves, para autorizar a alteração do endereço”, analisou a magistrada.

Celia Regina Vidotti também requereu informações à unidade penitenciária onde se encontra outro réu do processo, também envolvido com o Comando Vermelho, Vilson Mendes da Silva. Ele pede que seja beneficiado com a prisão domiciliar em razão de possuir hipertensão, anemia, além de estar acometido de um inchaço em razão de um procedimento cirúrgico. A juíza tenta verificar se ele esta recebendo o tratamento de saúde adequado.

O CASO   

O Ministério Público do Estado (MPMT) denunciou Adnilson Caetano de Oliveira, Acácio Costa Ribeiro, Tamiris Heck, Edinear Oliveira, Alexandre José Heck, Luicia Lorini, Patrícia  Rodrigues  Alves, Jhonatan do Amaral Reis Campos, Vílson Mendes da Silva, Fabiano Beckman Pedroso, Ualisson Silva Santos, Adriano Wanderleys de Souza, Victor Aparecido Martins Lemos, Alessandro Gomes Valadares, Thierry Alves Vieira, Letícia Almeida Silva, Jenne Micaely de Castro Souza além Jaymison Ernandes de Oliveira Araújo.

Também são alvos da denúncia Vitor Emanuel Costa Alves, João Maycon Linhares Batista, Pedro Henrique de Souza Fernandes, Alex Junio Bispo da Silva, Renato Oscar de Castro, José Wellington de Sousa Silva, Danilo Oliveira da Silva, Eliezer Lopes da  Silva, Sanderlei Ferreira da  Costa, Helton Pizato, Daniela Assis de Lima, Fabiano Rogante Camargo e Lucas Padilha Reichert.

O processo tramita em segredo de Justiça. O Poder Judiciário Estadual aceitou a denúncia contra o grupo em fevereiro de 2021, mas não deu muitos detalhes da atuação do bando. Os trechos dos autos disponíveis para acesso público limitam-se apenas a dizer que um dos réus, Vílson Mendes, ocupa uma “importante posição na facção criminosa”. “Como bem manifestou o Ministério Público, os elementos coligidos, até o presente momento,

apontam que o acusado Vílson Mendes da Silva ocupava importante posição na facção criminosa, sendo responsável pelo fornecimento e logística de armas, munições e drogas para o Comando Vermelho na região de Água Boa/MT”, diz trecho da denúncia.

O MPMT revela, ainda, que um policial penal (Fabiano Beckman Pedroso) também estaria envolvido com a organização criminosa. O servidor público, que atua na penitenciária de Água Boa, inclusive, seria o elo com o Comando Vermelho para “fornecimento de telefones celulares a detentos”, segundo os autos.

O processo esta em fase de produção de provas, ou seja, ainda não há sentença condenatória.

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