Paulo Taques e delegada se tornam réus por grampos ilegais

O juiz da Vara Especializada em Ação Cível Pública de Cuiabá, Bruno D’Oliveira Marques, tornou réu o ex-secretário chefe da Casa Civil, Paulo Taques, e a delegada Alana Cardoso, por possíveis atos de interceptações telefônicas sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.

 

A investigação faz parte da chamada ‘Grampolândia Pantaneira’, e remete ao ano de 2015, quando interceptações telefônicas sob ‘barriga de aluguel’ foi utilizado no âmbito da Operação Forti, da Polícia Civil.

Taques e Cardoso pediram prescrição da ação pelo fato dos supostos crimes teriam ocorrido 6 anos atrás. Porém, o magistrado rejeitou os argumentos, lembrando que a denúncia foi oferecida em 2019.

 

“In casu, há indícios de que as interceptações telefônicas realizadas não seguiram o procedimento legal, na medida em que foram incluídos números telefônicos em um pedido de prorrogação de uma operação em andamento, Operação Forti, realizada pela Diretoria de Inteligência da Polícia Judiciária Civil do Estado de Mato Grosso, que visava apurar prática de crime de organização criminosa por elementos ligados ao Primeiro Comando da Capital- PCC e do Comando Vermelho – CVMT”, diz trecho da decisão  publicada nesta segunda-feira (23).

 

Operação Forti  

Segundo as investigações, Alana Cardoso coordenou, em 2015, a Operação Forti, cujos principais alvos seriam pessoas em associação com o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho de Mato Grosso (CVMT).   Porém, na lista de pessoas interceptadas nessa operação também estavam as ex-servidoras Tatiana Sangalli Padilha e Caroline Mariano dos Santos. Ambas tinham vínculos estreitos com o ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques.

 

Responsável pelos principais processos de combate à corrupção e ao crime organizado em Mato Grosso, a juíza Selma Rosane Arruda, titular da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, foi quem deu autorização para interceptar Tatiana e Caroline, em 26 de fevereiro de 2015. No entanto, as ex-servidoras eram identificadas como “Dama Lora” e “Amiguinha”, respectivamente.

 

Menos de um mês depois disso, houve um pedido para excluir “Dama Lora” e “Amiguinha” da lista de interceptações. E no dia 26 de março de 2015, a magistrada atende ao pedido do delegado Flavio Henrique Stringueta, então chefe da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), e permite que Tatiana e Caroline sejam grampeadas, dentro das investigações da

Operação Querubim.

Essa operação investigou, sob sigilo, um suposto plano de uma organização criminosa que estaria vinculada ao ex-comendador João Arcanjo Ribeiro e pretendia armar contra a vida do então governador do estado, Pedro Taques (PSDB).

Outro lado

Procurado pelo  Paulo Taques disse que a decisão não levou em conta as provas que insistem em esconder da defesa, “como o depoimento do ex-governador ao Ministério Público e perícias em celulares constantes no inquérito policial, que, aliás, completou 5 anos sem sequer me ouvir”.

 

“Então, não é aceitável que eu responda ação de improbidade se a investigação que apura os mesmos fatos sequer foi concluída. Por isso vou recorrer”, completa. Já a delegada não retornou o contato.

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