Em 2010, ao receber uma mensagem do ex-namorado da adolescência, 30 anos depois do fim do relacionamento, a microempresária Raquel Veronese, 55, não imaginava que a possibilidade de reencontrá-lo a impactaria tanto.
“Eu quase tive um infarto quando li a mensagem”, descreve. “Respondi no mesmo dia. Logo depois já estávamos conversando, por telefone”, recorda.
“Eu me vi querendo saber tudo da vida dele. Se estava casado, tinha filhos, o que fazia, com quem morava. E, até, tinha parado de fumar”, conta.
Ela descobriu que ex-namorado Rubens Teodoro Júnior, 59 anos, estava morando em Cuiabá, onde trabalhava como gerente de um hotel e havia se formado em Administração de Empresa. E ainda, que ele permanecia solteiro e não tinha filhos.
Logo depois foi a vez de Raquel revelar que havia se divorciado, há dois anos, e que vivia com a filha, Marianna.
Das revelações feitas por Raquel, que então morava em Poços de Caldas, Minas Gerais, o divórcio parecia ser a única surpresa para o ex-namorado.
Ele contou que, por meio de amigos, acompanhava a vida dela. Que sabia do casamento, da filha, mas desconhecia o divórcio.
Também revelou que permanecer solteiro havia sido uma opção de Rubens Júnior. Para Raquel, ele repete que estava esperando por ela.
Que queria muito reencontrá-la, mas não sabia se ainda seria possível nessa vida.
Eles haviam namorado em 1980, quando moravam na cidade de Assis Chateaubriand, no Paraná. Na época, Júnior tinha 19 e Raquel tinha 14 anos.
Raquel diz que pouquíssimos dias depois do reencontro já tinha certeza do amor que sentia por Júnior. “Acredito que era um amor que sempre esteve em meu coração, adormecido, talvez”, confessa Raquel.
Júnior revelou à namorada que chegava a ter medo do tamanho do amor que estava sentindo, sentimento que tinha guardado com ele.
Um amor que o reencontro fez bater forte em um misto de ansiedade e expectativas de um futuro juntos.
Depois de três meses do reencontro virtual, o casal teve o primeiro encontro presencial. Aconteceu em dezembro de 2010. Rubens Júnior deixou Cuiabá para reencontrar a namorada em Poços de Caldas.
Dois meses depois,se casaram e Raquel veio morar com ele em Cuiabá. Desde então, não se afastaram um do outro.
Atualmente o casal administra uma microempresa de produção de esfihas.
As famílias deles, que eram muito amigas, porém se afastaram com a mudança de cidade, apoiaram a união do casal.
A filha, Marianna, conta Raquel, não só apoiou como ama e admira o ex-namorado e agora marido da mãe.
Raquel acredita que o reencontro deles estava escrito, era para acontecer. “Agradeço aos céus por acontecer nesta vida”, declara-se
ADOLESCÊNCIA
Os dois se conheceram na cidade de Assis Chateaubriand, no Paraná, em 1979. No ano seguinte estavam namorando. As famílias eram vizinhas e eles acabaram se aproximando. No ano seguinte, contam, começaram a namorar.
Os encontros do casal aconteciam principalmente na pracinha da cidade, na porta da casa de Raquel e, eventualmente, nos bailes em casas de parentes e amigos.
Na pracinha, a principal diversão de Raquel era a patinação. Júnior, apenas assistia, calado, o bailar da namorada.
“Ele era de pouca conversa, mas me deixava envergonhada e, ao mesmo tempo, encantada. Também, ele era o motoqueiro mais lindo da cidade”, descreve Raquel.
O namoro acabou um ano depois, quando Raquel se mudou com a família para outra cidade. O pai dela havia sido transferido da agência bancária onde trabalhava.
“Não houve tristeza. Nós conversamos e decidimos que cada um seguiria seu caminho”, relembrou o casal.