O Instituto de Engenharia de São Paulo e o Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e rodoviários (Simefre) apresentaram documento nesta terça-feira (8) em que afirmam que os estudos utilizados pelo governo de Mato Grosso para determinar a troca do Veículo Leve Sobre Trilhas (VLT) pelo Bus Rapid Transit (BRT) são ‘insuficientes, inconsistentes e inconclusivos’.
As constatações foram feitas pelo sindicato, que apresentou tréplica às respostas formuladas pelo governo estadual à consulta pública que aconteceu entre 31 de março e 16 de abril. O grupo de técnicos, que é defensor da continuidade e da conclusão das obras do VLT, também fez críticas à forma como o governo conduziu a discussão sobre a troca do modal.
“Os documentos e informações apresentados são: insuficientes, inconsistentes e inconclusivos, e que, desta forma, não permitem, do ponto de vista técnico, econômico, social e ambiental, aceitar qualquer estudo que não seja sério, de comparativa entre os modais, e, menos ainda, justificar a troca de modal anunciada pelo Estado, ainda mais quando se considera que as obras de implantação do VLT já foram executadas em sua plena maioria (mais de 70%)”, diz trecho do documento com a réplica as respostas do governo.
No documento, os técnicos também lembram que as contribuições foram rechaçadas pelo governo estadual, que não as aproveitou. A principal crítica dos técnicos é a de que o BRT não tem projeto executivo e que, com isso, é impossível comparar o VLT com o BRT.
“Com todo respeito ao governo do Estado, como pode não escutar ou não adequar, ou não ajustar algum mínimo ponto das 35 contribuições apresentadas pelos maiores técnicos e especialistas do Brasil, reunidos nestas entidades? Custa crer que os técnicos do governo de Mato Grosso sejam tão melhores, ou mais bem capacitados que a reunião das centenas, ou milhares, de cabeças representadas por estas entidades que assinaram o documento ou pertencentes às demais entidades que apoiam esta linha de pensamento”, diz trecho do documento.
Para o Simefre e o Instituto de Engenharia técnicos de Mato Grosso precisam reconhecer que “não são donos da verdade absoluta” e devem estar mais abertos para o debate sobre o caso.
“Na boa fé de que ainda haja espaço para uma discussão honesta, justa e democrática, as entidades se colocam à disposição para, tecnicamente, buscarem, em conjunto com o governo de Mato Grosso a melhor solução à mobilidade de Cuiabá-Várzea Grande, no melhor espírito democrático e na defesa, sempre, do melhor interesse público, levando-se em conta a situação de contorno específica deste caso, seu histórico e todos os elementos deste processo”.