Mauro Mendes não gosta de pobre disse o prefeito Emanuel Pinheiro

O  prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), elevou o tom contra o governador Mauro Mendes (DEM), com quem trava uma disputa pela “hegemonia política” no Estado. Segundo ele, o chefe do Poder Executivo Estadual “não gosta de pobre”, e também pediu “desculpas” por coordenar a campanha de Mendes no ano de 2012, quando se elegeu prefeito da Capital.

Emanuel Pinheiro esteve na manhã desta sexta-feira (4) numa unidade do Senai, em Cuiabá, para lançar a campanha de vacinação contra o novo coronavírus (Covid-19) aos profissionais da educação. Durante o evento, ele respondeu a perguntas de jornalistas sobre sua relação com o governador Mauro Mendes.

Na avaliação do prefeito da Capital, Mauro Mendes “não gosta de pobre”, e atende a um “grupinho de milionários” às custas de dinheiro público. “O governador Mauro Mendes está sendo um governador pífio, insensível, cruel, desumano, arrogante, incompetente, incapaz de tocar uma única ação que beneficie a população cuiabana. [Ele] Não gosta de pobre, tem pavor dos mais humildes, administra para poucos, administra para ricos, administra para um grupinho de milionários ‘entre aspas’. Milionário a custas do que? Do sofrimento da população? O que eu questiono é o governador Mauro Mendes. Esse é uma tragédia grega”, fustigou o prefeito.

Pinheiro também aproveitou para “pedir desculpas” para a população de Cuiabá e Mato Grosso por ter sido o coordenador de campanha de Mauro Mendes no ano de 2012, quando venceu a eleição a prefeitura da Capital. Ele também aproveitou para “fazer campanha” contra o “desafeto político” numa eventual candidatura à reeleição.

“Peço desculpas por ter sido coordenador da campanha de Mauro Mendes em 2012 à prefeitura de Cuiabá. Cuiabá não merecia isso, Mato Grosso não merecia isso. Vamos reverter no voto popular, e no amor a Cuiabá, e ao povo mato-grossense, isso. Desculpa Cuiabá, realmente não sei onde é que eu estava com a cabeça”, ironizou o prefeito.

No capítulo mais recente da disputa entre Emanuel Pinheiro e Mauro Mendes, outros personagens também resolveram entrar na briga. Na última quarta-feira (2), o deputado federal Emanuelzinho (PTB-MT), filho de Pinheiro, rebateu uma fala do governador que disse que o prefeito de Cuiabá insiste no VLT, a quem chamou de “Filho da Corrupção”.

Emanuelzinho, por sua vez, lembrou que as obras do VLT começaram na gestão do próprio Mendes, quando era prefeito de Cuiabá, em 2013. Já na última quinta-feira (3), a primeira-dama de Mato Grosso, Virgínia Mendes, publicou um texto em sua página no Instagram dizendo que o filho do prefeito “mentia”, e desafiou Emanuel Pinheiro a “comparar as gestões”. Além disso, sugeriu que o clã Pinheiro fosse a igreja e pedisse perdão à população.

Questionado pelos jornalistas que cobriam o evento no Senai sobre o post da primeira-dama, Emanuel Pinheiro ironizou. “Eu não dormi direito, de tão preocupado que fiquei”.

10 HORAS DE MAX RUSSI

Mostrando-se como um pré-candidato ao Governo de Mato Grosso nas eleições de 2022 – ao menos aparentemente -, Emanuel Pinheiro elogiou o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Max Russi (PSB). Ele assumiu interinamente o cargo de governador na última terça-feira (1º de junho) em razão de cumprimento de agenda de Mauro Mendes fora do país.

O prefeito de Cuiabá relatou que as “10 horas” em que Max Russi esteve á frente do Poder Executivo Estadual, valeram mais do que os dois anos e meio da gestão Mauro Mendes. “A maioria da população está cansada desse Governo. Essa é a verdade. Para se ter uma ideia, as 10 horas de Max Russi deram uma leveza naquele Palácio Paiaguás. Deu um alto astral naquele Palácio Paiaguás, foi uma experiência de como será Mato Grosso daqui a dois anos. O que eu vi de mais representativo nessas 10 horas de Max Russi governador é como é bom ficar sem Mauro Mendes à frente do Governo do Estado”, provocou Pinheiro, que continua.

“O que eu posso dizer, 10 horas de Max Russi valeu dois anos e meio do Governo Mauro Mendes, primeiro pelo diálogo, humildade. Sobra arrogância e falta humildade ao governador do Estado. Max atendeu 24 deputados, atendeu 4 suplentes, ligou para todo mundo, falou com o setor produtivo, conversou com a sociedade, com os setores organizados da sociedade”.

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