Taynara Bueno Oliveira Barros, presa na última sexta-feira (12) por atuar como falsa advogada e aplicar golpes em idosos, confesou o crime e disse à polícia que é viciada no jogo do Tigrinho e que gastou todo o lucro obtido de forma ilícita em apostas online. Segundo depoimento da golpista, ela acreditava que apostaria os valores e ganharia o dobro para restituir todas as vítimas, mas não ganhou nada e hoje não tem mais um centavo.
Pelo menos 12 vítimas foram identificadas, e o prejuízo causado às vítimas pela falsa advogada gira em torno de R$ 500 mil. No entanto, de acordo com o depoimento de Taynara, existem outras vítimas para as quais a família dela acabou restituindo os valores, a fim de evitar que os golpes fossem denunciados. A golpista contou ainda que agiu sozinha e que já chegou a perder o próprio carro no jogo do Tigrinho.
Taynara foi presa preventivamente pela Polícia Civil por determinação do Juízo da 2ª Vara Criminal de Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá. Segundo denúncias de vários idosos, ela ficava em frente à sede do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) do município, abordando as vítimas e se apresentando como advogada, mesmo sem possuir registro na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Ela também chegava a ir até a casa dos idosos para aplicar o golpe.
Taynara Bueno pegava documentos pessoais, fotos e outros dados das vítimas, oferecendo ajuda para reduzir juros ou bloquear descontos indevidos em seus benefícios.
Em alguns casos, a golpista também pegava os aparelhos celulares dos idosos.
Com isso, ela realizava empréstimos consignados fraudulentos, abria contas digitais e efetuava transferências via PIX para terceiros e empresas de fachada.
Uma das vítimas alegou ter perdido quase R$ 13 mil. Outra relatou empréstimos que ultrapassam R$ 5 mil.
Uma vizinha da golpista declarou ter descoberto três empréstimos em seu nome: de R$ 3.000,00, R$ 8.658,01 e R$ 8.500,06.
Em uma das denúncias mais graves, um idoso disse que ficou sem dinheiro para comprar comida e que o neto chegou ao ponto de passar fome.
Há indícios de que a falsa advogada integre um esquema criminoso muito mais amplo, ao contrário da alegação de que atuava sozinha.
Após o cumprimento da prisão, a golpista passou por audiência de custódia e foi mantida presa pela gravidade dos crimes praticados.
A defesa de Taynara Bueno alegou que ela é mãe de duas crianças, de 4 e 7 anos, mas a Justiça entendeu que nem o monitoramento eletrônico seria suficiente para impedir que a falsa advogada continuasse cometendo crimes.
